14 novembro, 2007

A falta de inspiração às vezes pode ser uma coisa perigosa. Assim como uma doença sem sintomas que, quando se percebe, já dominou os olhos e o coração. As coisas perdem a cor, ou ao menos as cores quentes. A sucessão de cinzas-pretos-brancos variam para simular uma certa intensidade.
Então vem uma noite quente, com cheiro de verão, com regatas e sorvetes e pés descalços. E é possível perceber aquela última estrela, do lado mais oeste do céu, aquela que brilha furta-cor e que um dia já teve um nome que você inventou. Esse pontinho luminoso, que pode ser só uma lembrança do passado, é como a vida dos que já foram.
E assim tudo segue. A vida é, em suma, uma grande seqüência de eventos que servirão para serem lembrados um segundo depois.
É impossível desvincular-se desses ancestrais, que nos miram todo o tempo. Eles sempre estarão lá, no fundo da gaveta, no cheiro que o mar teve um dia, naquele verso que você nem recorda mais ordem certa das palavras, só que ele sempre te faz chorar. Essa é a matéria que nos constitui, muito mais do que água. Assim a gente se constrói. Somos aquilo que já fomos, em todos os dias e horas a perder as contas. Seria muita pretensão almejar ser qualquer outra coisa que não seja passado.

Isso é o que eu venho pensando nos últimos dias, principalmente depois que assisti ao filme O Passado.

01 novembro, 2007

impressões sobre o tim festival:

hot chip eu não vi e nem queria ver. björk é legal, mas ainda não consegui compreender o seu conceito. arctic monkeys são (uma das) salvações do rock. the killers sonha em ser o u2, mas tá mais pra queen.