19 setembro, 2007

(Andando pela rua gelada, com os lábios rachados. As mãos, enfiadas nos bolsos, ensaiam uma saída estratégica, mas desistem no meio do caminho por pura covardia de enfrentar o vento. Perdendo a noção dos caminhos, a garota cai no buraco da noite escura. Sente que rasteja em direção à luz, ou à qualquer lugar. As pessoas a olham, mas não a enxergam. Pode ser que pensem que ela é suja, vil.)

Ela levanta os olhos e se pergunta a quanto tempo anda assim, pequena. E, calada, descobre que sempre. O vazio em seu coração pesa tanto que lhe encurva as costas.

Um comentário:

carla cursino disse...

eu sei bem o que é se sentir assim. mas, como escrevi recentemente, ventou em minha vida. e falo de bons ventos, o melhor deles.