14 outubro, 2008
flor
Tenho um texto na minha cabeça há algumas semanas: é sobre uma menina chamada Flor, que tem a melhor memória do mundo; ela se lembra desde que saiu do ventre de sua mãe. Vive cansada por que mesmo quando quer se esquecer, ela lembra. Não consegue dormir, quer paz. Pede, então, à mãe, que lhe costure um vestido inteiramente branco.
Com os cabelos presos, os pés descalços e o vestido, sai ao jardim. Flor se junta às companheiras de nome. Pisa em uma, duas, vê que aquilo é bom, se deita, vai rolando pra lá e pra cá por cima das pequeninas flores. Quando se levanta, percebe que seu vestido branco está delicadamente maculado das mais diversas cores, formando uma aquarela impressionista e expressionista. Flor respira fundo e sente-se tranqüila. Saiu de si. Um minuto foi esquecido.
Mas essa história fica pra outra hora.
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Um comentário:
Talvez você devesse ler "Funes, o Memorioso", do Borges. É um conto também sobre um cara que tem a melhor memória do mundo. Bem aterrorizante!
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